sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Design 3 – Woodstock

Há eventos na História que são tão importantes que se tornam símbolos de épocas, pessoas, lutas e ideais. Na minha opinião, um desses simples, mas grandes eventos que marcou, neste caso, o século XX foi o Festival de Woodstock que ocorreu entre os dias 15 e 18 de Agosto de 1969.

Este mítico festival realizou-se numa altura em que a cultura hippie (ou contracultura) cada vez mais se expandia, pela adesão dos jovens que queria paz, liberdade e quebrar convenções, ignorando todos os tabus sexuais, tomando substâncias ilícitas e defendendo a ecologia.
3 dias de paz e música.


O trabalho de design que escolhi esta semana (acima), cujo autor desconheço, apesar de ter procurado, chama-se “Woodstock Nation”, e foi feito após o Festival de Woodstock (não sei se na mesma época, se só anos depois), e através de vários símbolos, caracteriza este acontecimento marcante a nível social e musical.

Um deles é a guitarra, que demonstra o quão importante era a música para esta geração, ou segundo o autor, para esta “Nação de Woodstock”. Normalmente associa-se a cultura hippie ao reggae, mas não era só este estilo musical que dominava a geração de 60/70. Também o rock psicadélico era preferido pelos amantes de paz e da abertura de mentes. A prova disso é o próprio cartaz musical de Woodstock, formado por artistas como Jimi Hendrix, Joe Cocker, Janis Joplin, Santana e The Who (entre muitos outros), um género de música que pode ser simbolizado pela guitarra, elemento principal do trabalho de design em análise. A guitarra também surge no cartaz original que anunciava o festival ( primeira imagem do arquivo, abaixo).

O outro é a pomba branca, sinal da paz, é outro dos símbolos de Woodstock. Era necessário um elemento que identificasse este valor do “Peace and Love” da cultura Hippie. A pomba era o segundo elemento do cartaz de Woodstock (segunda imagem em arquivo).

Outro dos elementos da imagem é o próprio cenário, muito utópico e rural. Os hippies preteriam a urbe, substituída pela relva fofa de um local rural. A necessidade de uma ligação espiritual à terra justifica a preferência por cenários rurais. O próprio festival de Woodstock realizou-se numa pequena vila rural chamada Bethel, a uma hora e meia de Woodstock. Claramente que o alojamento neste tipo de local teve de ser feito recorrendo às tendas, apesar de ter havido muita gente a dormir ao relento (e não se importavam com isso minimamente). As flores, parte do cenário, simbolizam a ideia do “Flower Power”, contemporânea de Woodstock.

Por fim, destaco a forma das letras de “Woodstock” e “Nation” e as cores do trabalho de design em geral, forma e cores essas que se podem designar por psicadélicas, remetendo para os alucinogéneos tão na moda na altura, usados para atingir um estado de libertação da mente do mundo, quase total. Este tipo de letra e cores também foi usado no cartaz do recente filme “Taking Woodstock”, de Ang Lee, o segundo dos arquivos (abaixo).

Identifico-me imenso com este trabalho de design. Tanto em termos estéticos, como em termos de mensagem, visto que a cultura hippie me diz muito. Apesar de não ter vivido a época, sinto-me influenciado por esta em alguns dos meus valores menos conservadores, e mais pela liberdade. Ou, como há quem diga, valores do contra.


Woodstock é um marco no século XX, influencia pessoas no séc XXI…e não deve ser esquecido. Assim, a imortalização de um evento tão importante através do design, é mesmo importante.


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